quarta-feira, 11 de abril de 2007

Controvérsia sobre Shakespeare(em três partes)

Controvérsia sobre Shakespeare (segunda parte)

Estabelecida a controvérsia, os que se alinham com a autoria de William Shakespeare são chamados de Estratfordianos ou Ortodoxos, e os que lhe negam essa condição são os Heréticos, entre os quais incluem-se Walt Whitman, Charles Dickens, Lord Palmerston, Otto von Bismarck, Henry James, Mark Twain, Sigmund Freud, John Galsworthy, William McFee, Charles Chaplin, Paul Douglas, Hugh Trevor-Roper, Benjamin Disraeli e Charles de Gaulle.
Os heréticos, longe de serem unânimes, dividem-se entre os que atribuem a obra a Francis Bacon, Edward de Vere, William Stanley, Roger Manners, Walter Railegh, Christopher Marlowe, Anthony Bacon, Michael Angelo Florio, Robert Devereux, John Williams ou a própria Rainha Elizabeth I, para além de mais duas dezenas de candidatos, incluindo-se Anne Hathaway
, a mulher de Shakespeare.
A abundância de nomes na lista de prováveis autores decorre do fato de que existem mais argumentos contra William Shakespeare do que provas favorecendo algum dos nomes relacionados. São centenas de indícios, inferências, suposições, testes científicos, acrósticos, criptografias, anagramas e contradições; a total ausência do nome de Shakespeare nos registros autorais da sua época; o fato de Shakespeare não ter viajado mundo afora, duvidando-se por isso de que conhecesse pessoalmente as pinturas descritas ao longo da obra; de não ter conhecido as cidades italianas que foram palco de 14 peças; ou a Dinamarca, de Hamlet; ou a corte de Navarra, na época pertencente à França; ou mesmo Calf of Man, nas costas da Irlanda, que se supõe ser
a ilha da Tempestade.
Na década de 1960 a questão da autoria de Shakespeare foi levada a uma corte de justiça, na Inglaterra, tendo o presidente do tribunal, Justice Wilberforce,
considerado o material a favor do " homem de Stratford como insuficiente" e que "há um número grande de dificuldades para que se possa atribuir-lhe a autoria."
Segundo alguns Heréticos, Shakespeare teria sido apontado como autor de toda a obra para esconder Francis Bacon, o grande filósofo que se tornou Lorde Chanceler da Inglaterra, ou, segundo outros, para esconder um nobre, como Edward de Vere, William Stanley, Roger Manners, Walter Ralegh ou a Rainha Elizabeth, pois o verdadeiro autor não quis associar seu nome às atividades teatrais, então o refúgio de escroques e marginais a serviço da prostituição, do consumo de drogas e do comércio de mercadorias contrabandeadas.

Por sua vez, os Heréticos que atribuem a obra, ou parte dela, a Christopher Marlowe, alegam que este simulou sua morte para esconder-se de desafetos e usou Shakespeare para preservar o anonimato.
(continua)

Nenhum comentário: