segunda-feira, 16 de julho de 2007

COMO SURGIU A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

Um professor de idiomas, quem diria...

Conhecedor de grego, latim, francês, espanhol, português, alemão, hebreu e sânscrito, o nova-iorquino George Bissell foi o responsável pelo surgimento da indústria do petróleo.
Em 1853 Bissell era diretor de um colégio em Nova Orleans, quando, forçado por problemas de saúde, pediu demissão e decidiu voltar para Nova York.
No longo caminho do Sul para o Norte dos Estados Unidos, ao passar pelo oeste da Pennsylvania, Bissell teve sua atenção voltada para as pessoas que recolhiam do solo um líquido negro que brotava do subsolo -
soube então que se tratava do “óleo de pedra”, um fluido viscoso que ali se usava como lubrificante, nas máquinas a vapor (já existentes desde 1769, inventadas que foram por James Watson, na Escócia), mas principalmente como um remédio comercializado com o nome de “óleo de Sêneca”, que se destinava à cura das perturbações estomacais, surdez e dores de dente e de cabeça, hidropsia, reumatismos e verminoses, para além de servir ao tratamento das feridas dos animais.


Iluminante de qualidade

Ao tomar conhecimento de que o petróleo era inflamável, Bissell teve a intuição de que poderia servir para fins de iluminação. Até aquela época, a iluminação noturna era obtida pelo uso de lamparinas que queimavam óleo vegetal ou animal; as pessoas menos abastadas usavam nessa queima o óleo de canfeno, um derivado da terebentina que produzia boa luz, mas era susceptível de explodir e provocar incêndio; as pessoas que podiam pagar usavam óleo de cachalote, um cetáceo parecido com a baleia, ou gás urbano, obtido pela destilação do carvão, que era colocado nos lampiões das ruas das cidades e das casas das famílias de classe alta.
Foi por esse motivo que Bissell recolheu algumas amostras do petróleo e, chegando ao seu destino, pagou US$ 526,08 ao catedrático Benjamin Silliman Jr., da Universidade de Yale, em New Haven, para verificar se seria possível extrair dele um iluminante de qualidade.
Três meses depois de contratado, o doutor Silliman fez um relatório indicando
que o petróleo, levado a diferentes níveis de ebulição, podia ser desdobrado em vários produtos, todos formados por combinações de carbono e hidrogênio; um desses destilados, o querosene, era um óleo iluminante de altíssima qualidade, sendo certo que os demais produtos derivados poderiam servir a outras aplicações industriais.


27 de agosto de 1859

Estimulado por essas informações, Bissell contraiu um empréstimo bancário e com os amigos criou a Pennsylvania Rock Oil Company, uma companhia destinada a perfurar poços para a produção de petróleo. O primeiro poço foi perfurado na localidade de Titusville, na Pennsylvania, e encontrou petróleo à profundidade de 21 metros, no dia 27 de agosto de 1859: começava nesse dia a era do petróleo no mundo ocidental.
O querosene imediatamente substituiu todos os iluminantes que o precederam; os refinadores de carvão ou passaram imediatamente para o petróleo ou faliram.
Na continuação desses eventos, sucessivas descobertas de petróleo, naquela região da Pennsylvania e em outras localidades dos Estados Unidos, tornaram o petróleo cada vez mais barato, contribuindo para a progressiva popularização do produto.


Susto e preponderância

O petróleo passou por um susto em 1879, quando Thomas Edison inventou a lâmpada elétrica, o que determinaria o fim da carreira do óleo de iluminação extraído do petróleo; em 1896, porém, Henry Ford apareceu com o motor de combustão interna, que lhe permitiria produzir o primeiro automóvel em 1903. E mais: o primeiro motor a óleo diesel foi inventado por Rudolf Diesel entre 1893 e 1897.
Deu-se, por isso, que o petróleo prevaleceu, e com mais força ainda, tornando-se a principal fonte de energia e elemento fundamental para as indústrias de fertilizantes e de petroquímicos.

Os campos de petróleo logo se espalharam por toda parte, de modo que o mundo amanheceu no século XX com uma certeza: petróleo era poder.
Quem tinha as fontes de produção, tinha a hegemonia e preponderava, fosse em termos econômicos, fosse em termos militares.


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