Até o início do século XX os físicos tinham um método, a observação, e um conjunto de leis, a mecânica clássica de Newton, que segundo se supôs eram capazes de explicar perfeitamente o Universo. Tanto que em 27 de abril de 1900 o físico escocês Lorde Kelvin, muito conhecido por haver introduzido o conceito de temperatura absoluta, comunicou às autoridades britânicas que a Física já conhecia praticamente tudo o que havia de importante no Universo. Aos físicos do futuro caberia, de fato, descobrir os pormenores complementares de uma estrutura conhecida, não mais que isso.
- A ciência já descobriu o quê?
- Tudo!
- Tudo? |
Einstein, com sua relatividade especial, já em 1905, provou que somos enganados pelos sentidos, o que coloca em cheque as nossas observações, e, com a relatividade geral, em 1915, reformou a teoria newtoniana, cuja lei da gravitação apenas quantifica corretamente o que Newton percebera de modo incorreto, pois a matéria não atrai matéria. Newton acertava nas contas, mas errava na interpretação, pois o que ocorre é que a matéria deforma o espaço, que, assim deformado, indica o caminho a ser seguido pela própria matéria.
Ainda em 1905, Einstein, ele de novo, reconheceu a natureza dual da luz, que é ao mesmo tempo onda e partícula, sem saber que estava inaugurando o caminho da mecânica quântica, a qual se rege pela indeterminação e pela complementaridade.
- Ou seja, não há objetividade nos fenômenos físicos...
Baqueavam, de uma só vez, o dogma da infalibilidade da mecânica newtoniana e o poder absoluto das nossas observações.
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