quarta-feira, 24 de abril de 2013

EM PARIS


Ludivine, divina Lu

Sonhei que desembarcava em Paris, procedendo de Hong Kong, num voo de primeira classe. Infelizmente, porém, não me lembro do resto do sonho, o que é uma pena. Sonho bom não deveria ser incompleto e inconclusivo assim. Posso, não obstante, imaginar perfeitamente o que aconteceu, pelo que sei de mim: vaguei pelos Champs Elisées e tomei um chope em Saint German de Près. 

- Vi desse modo muitas mulheres lindas, gozozas e flertativas.


Tomara que tenha topado com a Ludivine Sagnier, na entrada do Louvre, ou melhor, no Jardim de Luxemburgo. Para, enfim e cara a cara, depor-lhe a grande ambição da minha vida. Sei perfeitamente como seria esse diálogo.

- Mas, afinal, que ambição é esta, Carlinhos?

- Nadar na tua piscina, Lu.

- Ça va.

Ludivine, divina Lu.

sábado, 20 de abril de 2013

Bracelete Dourado




Despertei, no meio da noite, e percebi que havia uma mulher deitada a meu lado.

Como descobriu minha cama é para mim um mistério, mas posso garantir que era linda e pura como uma manhã de primavera.


A bela e eu logo nos abraçamos, gozosos e recíprocos, produzindo juntos um original e algumas cópias, de igual teor e validade.


Depois, exaustos, nos pusemos a dormir. 


Quando acordei, ela já não estava. Muito mistério, numa só noite...

Deve ter sido um sonho, ninguém precisa me advertir sobre essa possibilidade.

Como, porém, explicar o bracelete dourado que encontrei ao lado da cama?


quarta-feira, 17 de abril de 2013

A FILHA DE EINSTEIN


OVOS LATERAIS


Que fim levou?


Einstein teve dois filhos e uma filha, que se supõe ter morrido em 1902, poucos dias depois do nascimento, e de cuja existência só se soube na década de 1980, quando a justiça autorizou a publicação da correspondência de Einstein com Mileva, sua primeira mulher.

Na década de 1930, Einstein morava com sua segunda mulher, Elsa Löwentall, em Princeton, nos Estados Unidos; um amigo residente na mesma cidade, Hermann Weyl, recebeu de um professor de Oxford, Inglaterra, um telegrama sobre uma mulher que tentava provar que era filha de Einstein:


“Senhorita Herrschdoeffer acha que é filha de Einstein. Busca apoio nos altos círculos porque não pode contar com a madrasta, Elsa Löwentall. Não duvide e comunique Einstein pessoalmente. Telegrafe em seguida. Frederick Lindemann.”

Sabe-se que a secretária de Einstein, Helen Dukas, contratou para investigar o caso um detetive particular, cujas averiguações teriam indicado que se tratava de um delírio ou de uma impostura de Grete Markstein, uma atriz alemã. Einstein escreveu a respeito para um amigo, com uma ressentida pilhéria:

-Dizer que pus ovos para os lados seria engraçado, se não magoasse outras pessoas.




sábado, 13 de abril de 2013

A GRIPE DO CARTEIRO

EFEITO BORBOLETA

 

Em 1966, o Professor Edward Lorentz, do MIT, publicou um artigo intitulado “Previsibilidade: o bater de asas de uma borboleta no Brasil provoca um tornado no Texas?”. Nele introduziu a teoria do “efeito-borboleta”, uma concepção que mostra matematicamente que pequenos acontecimentos podem ter consequências importantes na explicação dos fenômenos naturais. 
 
O acaso decide muita coisa ou, explicando melhor, um incidente corriqueiro pode ter consequência importante, quer nos fenômenos físicos, quer na vida das pessoas. Por exemplo, o Benício deve sua existência à gripe de um carteiro. Deve, sim. Por causa da gripe, a carta não seguiu; por causa da carta que se atrasou, Ismael não foi avisado; por causa da ausência do Ismael, Tereza chorou; João decidiu consolá-la, namorou-a, casou-se com ela e o Benício nasceu. 

Houve uma condição inicial, irrelevante para todo mundo, mas fundamental para a existência do Benício: a gripe do carteiro. 


quarta-feira, 10 de abril de 2013

O SONHO DOS PREMIADOS

Sonhos valem ou não valem?

- La raison ne connait point.
Toda semana há grandes premiados nos jogos de azar, e muitos deles se dizem guiados pelos sonhos. 

- Essa suposta relação entre sonho e prêmio é uma rematada tolice, afirma Isidoro.

- Sei, não, respondeu Maria. Veja o seguinte:

(1) Isaac Newton e John Kepler acreditavam em astrologia. Cientistas de alto coturno, capazes de uma lei da gravitação universal e de leis dos movimentos planetários.

(2) Muita gente narrou com antecedência a tragédia do Titanic. 

(3) Nostradamus, que morreu em 1566, não faz previsões até hoje?

(4) Non creo en brujas, pero que las hay, las hay.


(5) Disse Hamlet: 

- There are more things in heaven and earth, Horatio, than are dreamt of in your philosophy.
 
(6) Disse Blaise Pascal: 

- Le coeur a ses raisons que la raison ne connait point.

sábado, 6 de abril de 2013

SER OU NÃO SER GRANDEZA


HONESTIDADE É GRANDEZA?

Ela é positivamente uma grandeza...
 Do primeiro ano de engenharia:

 “Grandeza é o atributo de um objeto ou o atributo de um atributo de um objeto, no qual, atributo, se podem reconhecer diferentes graus de intensidade. Se não for atributo, não é grandeza; se não puder assumir diferentes graus de intensidade, também não é grandeza.”

Não são grandezas

Carro não é grandeza porque é objeto, não atributo.

Circunferência do círculo não é grandeza, porque, embora atributo (do círculo), nela não é possível reconhecer graus de intensidade. Não há uma circunferência mais “circular” que outra, nem circunferência com mais de 360 graus (nem com menos).

Exemplos de grandeza

Velocidade do carro é grandeza porque é um atributo do carro (objeto), com diferentes graus de intensidade (carros mais velozes e menos velozes).

Aceleração do carro é grandeza porque atributo de um atributo (velocidade do carro) com diferentes graus de intensidade (carro mais acelerado e menos acelerado).

E a honestidade?

Não é grandeza, pois, embora atributo, nela não se pode reconhecer nenhuma gradação de intensidade. Honestidade é obrigação.