
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado é igual fé, não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa e saudade roxa e branca, da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é: eu sou homem e você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão, o que ele tem é esperança:
- Eu quero amor feinho.

Adélia Prado (13 de dezembro de 1935)
Nenhum comentário:
Postar um comentário