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Obra
Anchieta era fluente em espanhol, português e latim; para além de suas atividades religiosas, destacou-se como gramático, poeta, teatrólogo e historiador. No Brasil, estudou imediatamente a língua indígena e logo escreveu uma gramática e um vocabulário tupi, bem como manuais em tupi, para utilização dos confessores e para assistência aos moribundos. Manejava a língua dos nativos para compor canções, poemas e peças teatrais, de caráter sacro, com o que procurava atrair os índios para o Catolicismo. José de Anchieta foi beatificado, em junho de 1980, pelo Papa João Paulo II.
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- Trata-se do primeiro poema épico de toda a América e é anterior à edição de "Os Lusíadas" (1572), de Luís de Camões.
Seu segundo texto impresso foi a "Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil”, com os fundamentos da língua tupi, publicada em Coimbra, em 1595.
Foi também autor de poesias em verso medieval, como o poema "De Beata Virgine Dei Matre Maria", mais conhecido como "Poema à Virgem", com 4.172 versos em latim, e de cantos piedosos, diálogos e autos, segundo o estilo de Gil Vicente, e, por isso, é considerado o iniciador do teatro e da poesia no Brasil. São também importantes as suas cartas para Portugal e Roma, com ricas informações sobre a flora e a fauna, particularmente os peixes encontrados no Brasil.
Como pode?
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“Anchieta, descuidado da cordura que corresponderia à sua futura santidade, louva assim o bravo governador (Mem de Sá):
Quem poderá contar os gestos heroicos do Chefe
À frente dos soldados, na imensa mata:
Cento e sessenta as aldeias incendiadas,
Mil casas arruinadas pela chama devoradora,
Assolados os campos, com suas riquezas,
Passado tudo ao fio da espada.
À frente dos soldados, na imensa mata:
Cento e sessenta as aldeias incendiadas,
Mil casas arruinadas pela chama devoradora,
Assolados os campos, com suas riquezas,
Passado tudo ao fio da espada.
Estes são alguns dos dois mil versos de louvação escritos em latim por José de Anchieta no poema “De Gestis Mendi Saa”.
Mem de Sá, o "Chefe", comandou um programa "civilizador" que destruiu cerca de trezentas aldeias indígenas na costa brasileira do século XVI.
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