sábado, 13 de agosto de 2011

MULHERES GENIAIS

HARÉM DE PICKERING
Edward Charles Pickering

Em 1877 o Observatório Astronômico de Harvard, dirigido por Edward Charles Pickering, iniciou um ambicioso programa de fotografia celeste. Um projeto que não poderia falhar. Decepcionado, porém, com a falta de concentração e incapacidade dos homens para dar atenção aos detalhes, Pickering acabou por convocar para auxiliá-lo na empreitada uma numerosa equipe de mulheres, que, para ele, eram mais responsáveis, precisas e meticulosas.
Lideradas por Williamina Fleming, as mulheres engajadas nesse projeto formaram o que ficou conhecido como o "Harém de Pickering", encarregando-se de examinar as fotos colhidas pelos telescópios e fazer os cálculos relacionados com os dados observados.

Williamina Fleming

As mulheres corresponderam plenamente à expectativa de Pickering. Duas delas, em particular, extrapolaram suas atribuições de simples computadoras de dados de estrelas e passaram a ocupar lugar de destaque na história da Astronomia: Annie Jump Cannon e Henrietta Leavitt.

Annie Jump Cannon (1863 - 1941)

Annie Jump Cannon, antes uma professora de Física, ingressou no Harém de Pickering em 1896, onde passou a catalogar cerca de 5 mil estrelas por mês, separando-as por cor, brilho e localização. Ela compensava sua surdez quase total com um extraordinário aumento do sentido da visão. De fato, seu “olho” para estrelas não foi jamais igualado e lhe permitiu examinar cerca de 400.000 estrelas, num trabalho absolutamente individual.

Annie Jump Cannon

É dela a divisão das estrelas, por massa e luminosidade, em sete classes espectrais - O, B, A, F, G, K e M - uma sequência que gerações de estudantes americanos desde muitos anos memorizam mediante utilização de uma célebre frase mnemônica:

- “Oh, Be A Fine Girl - Kiss Me!”.

Isso equivale a qualquer coisa como “Ó, Seja Uma Garota Bacana - Beije-Me!”.

Annie foi uma campeoníssima no quesito “primeira mulher”, pois foi a primeira mulher a receber um doutorado honorário da Universidade de Oxford, a primeira mulher a receber um título de membro da Sociedade Astronômica Americana e a primeira mulher a receber a Medalha de Ouro Draper, da Academia Americana de Ciências.


Henrietta Leavitt (1868 - 1921)

A exemplo de Annie Jump Cannon, Henrietta Leavitt era totalmente surda, o que lhe dificultava disputar oportunidades no mercado de trabalho. Em 1895 ela se ofereceu para trabalhar, sem nenhuma remuneração, no Observatório Astronômico de Harvard, onde executou tarefas simples até 1902, quando foi admitida como assessora permanente, com o salário de 30 centavos de dólar por hora.
Henrietta Leavitt interessou-se por estrelas variáveis, que são estrelas que aumentam e diminuem de brilho regularmente, como a estrela de Algol, na Constelação de Perseu, por isso mesmo chamada, às vezes, de Demônio Piscante.


Constelação de Perseu

Henrietta descobriu mais de 2.400 estrelas variáveis, cerca de metade do total então conhecido. Entre as estrelas variáveis, estão as Cefeidas, que variam entre brilho máximo e brilho mínimo em um intervalo de tempo constante; depois de muito pesquisar, ela fez uma descoberta revolucionária, correlacionando o brilho de uma Cefeida com o logaritmo do tempo em dias entre o brilho aparente máximo e o brilho aparente mínimo da Cefeida considerada.
Bastava determinar o tempo que decorre entre brilho máximo e brilho mínimo, por inspeção visual, para ter o brilho real de uma Cefeida mediante a utilização da correlação obtida por Henrietta, em contraposição ao seu brilho aparente percebido desde a Terra.

Essa descoberta permitiu aos astrônomos, a partir da década de 1920, calcular a exata distância que nos separa de qualquer estrela Cefeida e, em consequência, descobrir que nossa galáxia não era única do Universo, mas apenas uma no meio de cem bilhões de galáxias, sendo certo que há Cefeidas em todas as galáxias.

Henrietta Leavitt

Henrietta Leavitt morreu de câncer em 1921, quase sem ser percebida, mas hoje muitos a consideram a “mais brilhante mulher que já passou por Harvard”. Onde, é bom repetir, trabalhou cerca de sete anos sem receber nenhum salário, assoberbada por problemas de saúde e pelas suas obrigações domésticas.
As denominações do Asteroide ""5383 Leavitt" e da Cratera Lunar "Leavitt" foram dadas em sua homenagem.

3 comentários:

cirandeira disse...

Olá Remo,essa postagem que você fez
é surpreendente!Sabemos muito pouco
sobre o que as mulheres vêm fazendo
há muitos anos,porque não existe nenhum interesse da parte dos que estão no poder em divulgar; e em se
tratando de poder,ele sempre esteve
na mão dos homens.Exceção feita apenas em curto período de nossa
história e já lá vão muitos e muitos séculos.Acho muito bom que existam homens como você,que admite
e reconhece que a mulher tem a mesma capacidade que o homem.Parabéns!

Anônimo disse...

Parabéns,a Anne Jump Cannon que descobriu a estrela Arturus(ALF BOO) da Constelação de Bootes formada por quatorze estrelas que pertence a classe k da classificação estrelar.
O tamanho de Arturus é trinta vezes maior que o Sol.Ela é a quarta estrela mais brilhante no firmamento, classificada como uma gigante vermelha.
As mulheres passaram a desempenhar um papel importante nas grandes descobertas astronômicas,e serviam como computadores humanos, pois realizavam os estudos que necessitavam o conhecimento mais profundo no assunto.
Estas mulheres pouco receberam de reconhecimento durante suas vidas devido a baixa reputação profissional no campo da astronomia,sendo jocosamente, irônicamente, debochadamente vistas como mulheres sem reputação!
Parabéns a:
Agnes Clerke, Caroline Herschel, Mary Somerville,Beatrice Tinsley,dorril Hoffeit,Hillen Sawyer Hogg, Antonia Maury, Cecilia Payne Gaposchkin e outras que deram suas contribuições para a Humanidade com LOUVOR!

Susan_Mendez disse...

As mulheres podem superar os homens... o que nos impede, é os filhos, e até mesmo o marido.temos quer lavar as roupas, arrumar a casa, e fazer a comida para eles.

as mulheres são mais inteligentes, mas acabamos limitando a nossa capacidade, ouvindo comentários de homens machistas...