As tomadas de decisão nos conselhos de administração obedecem ao Princípio da Banalidade, enunciado por Cyril Northcote Parkinson(1909-1993), aquele da Lei de Parkinson:
"O tempo despendido nas discussões de cada item de uma reunião diminui quando aumenta o custo monetário envolvido."
E deu um exemplo real. Um órgão colegiado de uma instituição inglesa discutiu na mesma reunião a aquisição de um reator atômico, no valor de 10 milhões de dólares, a construção de um galpão para estacionamento de bicicletas dos operários, no valor de 2.350 dólares, e uma autorização para serviço de cafezinho, com custo de 4,75 dólares por mês. Os dólares mencionados referem-se a 1957.
O tempo do reator
O tempo para decidir sobre o reator, cuja proposta estava instruída por estudos técnicos e pareceres diversos, foi de apenas 2,5 minutos, pois os encarregados da decisão entendiam pouco de reatores atômicos e de suas finalidades, não registrando a ata da reunião nenhum comentário sobre o projeto ou objeção a ele. Desse modo, o reator foi aprovado.
O galpão de bicicletas
Por sua vez, o galpão das bicicletas tomou do colegiado o tempo de 45 minutos, uma vez que todos quiseram comentar os aspectos sociais envolvidos, as vantagens dos tetos de ferro galvanizado sobre os de alumínio, o tipo de pintura do galpão, os benefícios de pedalar para a saúde dos empregados e a possibilidade de surgir algum ciclista campeão, o que seria muito bom para a imagem da organização. Após os 45 minutos, o galpão foi igualmente aprovado.
O cafezinho
O serviço de cafezinho, o último item a ser analisado, provocou intermináveis discussões sobre a duração dos "coffee breaks", os males e os benefícios do café, o custo do pó, o tipo de adoçante, a alternativa de servir chocolate, em vez de café, ou de servir ambos, café e chocolate, e outras questões correlatas, ficando a decisão adiada para a reunião seguinte, depois que os conselheiros recebessem algumas informações adicionais a serem solicitadas da divisão de pessoal.
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