sábado, 30 de março de 2013

PARTICIPEI COMO PENETRA


UMA FESTA DE MILIONÁRIOS
 
- A tudo assisti, quase na condição de penetra.

- De fato?

- Esqueceram de cancelar uma aula de Inglês que eu daria para o caçula da Valéria. Compareci, sem saber da festa, mas insistiram para que eu permanecesse.

- Você é um cara de sorte... 

- Primeiro, um divertido torneio de mágicas, e até hoje não sei explicar como a dama de copas, picadinha, foi parar na bolsa da Maria Castegliani, toda reconstituída.  Ângela Soares, no segundo evento,  declamou uma poesia de Manoel de Barros:

“Sou um sujeito cheio de recantos.
Os desvãos me constam.
Tem hora leio avencas.
Tem hora, Proust.
Ouço aves e beethovens.
Gosto de Bola-Sete e Charles Chaplin.
O dia vai morrer aberto em mim.”

- Essa poesia é de Manoel de Barros?  Onde?

- No "Livro das ignorãnças". No evento final, os líricos Beniamino Prior e Katia Ricciarelli, que então visitavam o Rio de Janeiro, cantaram, à capela, “Parigi, o cara, noi lasceremo”, do terceiro ato da Traviata.

 - E então?

- Essas festas existem, e a gente não sabe...

Um comentário:

Anônimo disse...
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