Em 1957 o professor Cyril Northcote Parkinson publicou na Inglaterra “A Lei de Parkinson”, um livro, irônico e divertido, que introduziu, no terreno da Administração Empresarial, o que se convencionou chamar de “Escola do Absurdo”.
Parkinson manifesta no livro o entendimento de que o ocioso tem de ocupar-se, e muito, para preencher seu tempo disponível. Seu exemplo é o de uma vovó que passa o dia cuidando de fazer um bilhete para alguém que mora numa cidade vizinha. Uma hora será gasta buscando os óculos; outra, procurando papel e caneta; duas horas, fazendo a redação do bilhete; vinte minutos, tentando encontrar o endereço; uma hora e meia, decidindo como se deslocar até o correio; e por aí vai. No final do dia, a boa velhinha estará exausta e aborrecida com os procedimentos que a tarefa lhe exigiu.
- Alguém de fato atarefado não gastaria nesse bilhete mais do que cinco minutos.
Nas empresas tudo se passa de maneira semelhante, valendo então a Lei de Parkinson, que tem um enunciado curioso, mas simples e direto:
“O trabalho aumenta para preencher o tempo disponível.”
É na verdade uma lei de crescimento vegetativo do trabalho, pois há uma tendência natural de aumentar o tempo disponível e, pois, o trabalho para preenchê-lo. Nas grandes empresas, um fator exacerba a aplicação da lei: o número de empregados de uma empresa ou organização tende a aumentar em progressão geométrica, independentemente dos níveis correntes de produção. Em consequência, sendo maior o tempo disponível agregadamente, os diversos chefes são obrigados a criar trabalho, uns para os outros.
Tudo começa quando o candidato a chefe quer tirar férias ou ter a faculdade de ausentar-se do local de trabalho, para ir ao médico, frequentar algum curso ou comparecer a palestras e reuniões de trabalho, sem ser impedido pelo fato de trabalhar sozinho. Ele almeja ter pelo menos dois subordinados, pois ficará com a vantagem de ser o único a entender a totalidade do serviço assim repartido, sem contar que o subordinado único seria um candidato potencial ao seu lugar de chefe. Ou seja, pensa em subordinados, não em rivais.
Admitidos os dois subalternos, com o passar do tempo, e pelos mesmos motivos, cada um destes almejará a contratação de mais dois auxiliares, de maneira a ter-se a possibilidade de, ao fim e ao cabo, estarem sete pessoas a executar uma tarefa antes confiada a apenas uma.
O número de pessoas de uma organização tende, por esse mecanismo, a elevar-se geometricamente, quer a produção aumente, diminua ou permaneça constante, seja na administração pública, seja na administração privada.
A consequência é mais tempo disponível e, pois, mais trabalho a ser criado para preenchê-lo. Caberá aos chefes inventarem trabalho uns para os outros, o que explica os despachos, citações, emendas, acréscimos, lembretes e observações, e as sucessivas idas e vindas dos processos que fundamentam as decisões. Além das reuniões inumeráveis.
- Tudo com a finalidade de preencher tempo disponível.
Um comentário:
Em 1954, o autor britânico C.Northcote Parkinson, introduziu a noção de que o trabalho se expande para preencher o tempo que lhe foi alocado, noção essa que hoje é conhecida como Lei de Parkinson.
O professor filósofo Claudio Levi Strauss,nascido na Bélgica,intelectual,astrônomo das ciências sociais,fundador da antropologia estrutural do século XX,nos dá uma visão jocosa na sátira que faz nesta poesia retratando uma empresa movida a Lei de Parkinson quando esteve no Brasil.
O Soldado...
O oferece...
O sargento que era um homem pertinente
Pegô na pena,escreveu pro seu tenente..
O tenente que era um homem muito bão,
Pegô na pena, escreveu pro capitão
O capitão que era dos melhor
Pegô na pena,escreveu pro major
O major que era homem como é
Pegô na pena,escreveu pro coroné
O coroné que era sem igual
Pegô na pena, escreveu pro general
O general que era homem superior
Pegô na pena, escreveu pro imperador
O imperador
Pegô na pena e escreveu pro Jesus Cristo
Jesus Cristo que é filho do Pai Eterno
Pegô na pena e mandô tudo pros inferno...
Apenas uma achega:
O autor do Homem Horizontal,ex- negociador,professor em avaliação econômica,descreveu esta lei registrando que numa empresa séria não será preciso empregá-la;e olhando para trás,no seu dia a dia,sob vários aspecto social, cultural, econômico,onde muito lutou, sente que sua missão foi cumprida.
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