Anaximandro, discípulo de Tales, concordou com a idéia do elemento primordial e indicou-o como sendo o ápeiron (= "sem limite"): uma substância indefinida, distinta e caótica, susceptível a infinitas divisões provocadas pelas alternâncias entre quente e frio. Tudo, enfim, seria ápeiron.
Anaxímedes, outro discípulo de Tales, descartou a água e o ápeiron e para elemento primordial escolheu o ar, que tudo podia gerar mediante processos de rarefação e condensação.
Ou seja, nem mesmo os discípulos milésios aceitaram a idéia do mestre de que tudo era água: estabelecido o contraditório, inaugurava-se desse modo o processo científico, que se caracteriza pelas hipóteses sucessivamente formuladas e... substituídas.
Heráclito de Éfeso
Anaxímedes, outro discípulo de Tales, descartou a água e o ápeiron e para elemento primordial escolheu o ar, que tudo podia gerar mediante processos de rarefação e condensação.
Ou seja, nem mesmo os discípulos milésios aceitaram a idéia do mestre de que tudo era água: estabelecido o contraditório, inaugurava-se desse modo o processo científico, que se caracteriza pelas hipóteses sucessivamente formuladas e... substituídas.
Heráclito de Éfeso
A discussão não ficou restrita a Mileto, pois logo se alastrou para as outras ilhas do mar Egeu e para o restante do mundo grego.
Heráclito (cerca de 540-480 a. C.), natural de Éfeso, era um brilhante e mau-humorado filósofo, que vivia em completo isolamento. Em permanente oposição à sociedade, muitas vezes a provocava, como num de seus famosos aforismos:
Tendo contraído hidropisia, uma acumulação de líquido aquoso nas cavidades do corpo, aos médicos perguntou se seriam capazes de "produzir uma seca depois de uma tempestade". Como ninguém entendeu a metáfora, Heráclito escolheu a curiosa terapia de enterrar-se no esterco até o pescoço, deixando-se permanecer, assim, até a morte.
Outros aforismos de Heráclito:
Heráclito (cerca de 540-480 a. C.), natural de Éfeso, era um brilhante e mau-humorado filósofo, que vivia em completo isolamento. Em permanente oposição à sociedade, muitas vezes a provocava, como num de seus famosos aforismos:
"Um só homem vale por dez mil, se for o melhor."
Tendo contraído hidropisia, uma acumulação de líquido aquoso nas cavidades do corpo, aos médicos perguntou se seriam capazes de "produzir uma seca depois de uma tempestade". Como ninguém entendeu a metáfora, Heráclito escolheu a curiosa terapia de enterrar-se no esterco até o pescoço, deixando-se permanecer, assim, até a morte.
Outros aforismos de Heráclito:
"Tudo flui e nada permanece."
"Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio."
"A Natureza ama esconder-se."
"Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio."
"A Natureza ama esconder-se."
Os gregos, sem dúvida, são chegados à discussão. Heráclito aceitou a idéia de Tales sobre a existência de um elemento primordial. Para ele, entretanto, o princípio gerador da realidade é o fogo. Todas as coisas são permutas de fogo, dizia. Na sua argumentação, o fogo, capaz de transformar uma coisa em outra, era o elemento primordial e homogeneizador, comparando-se com o dinheiro, na capacidade deste de trocar-se por qualquer mercadoria.
Empédocles de Agrigento
Empédocles de Agrigento (cerca de 490-435 a. C.) foi autor de uma alentada obra de cinco mil versos, poetando sobre idéias abundantes, entre as quais uma bizarra teoria da evolução. Animais experimentais, a assumirem todas as configurações, testando-se com rabo, chifres, asas e escamas, como quem experimenta camisas ou sapatos, até adquirir seu estágio atual.
Empédocles defendia a transmigração das almas e dizia-se capaz de ressuscitar os mortos, de influenciar os ventos e de provocar chuvas.
Querendo demonstrar sua divindade, Empédocles atirou-se na cratera do Etna e foi tragado por suas lavas.
Sua maior contribuição na discussão sobre o arché foi a concepção de que o mundo seria composto, não de um único elemento primordial, mas de quatro, terra, água, fogo e ar, conforme se resume nos seus versos:
O que une e desune os quatro elementos, afirma Empédocles, são dois princípios: atração e repulsão ( o “amor” e o “ódio”).
O predomínio de uma ou outra força explica o estágio de desenvolvimento do Universo.
Os quatro elementos e os dois princípios são eternos e imutáveis, mas as substâncias formadas por eles são cambiáveis e pouco duradouras. Disse ele em versos:
Demócrito de AbderaDemócrito de Abdera (cerca de 460 - 360 a.C.), que, além de filósofo, conhecia matemática, astronomia, geometria, geografia, meteorologia, história, linguística e música, adotou como elemento primordial uma partícula invisível e indivisível, que propôs fosse chamada de átomo, que para ele existe em grande quantidade no espaço vazio infinito.
- Tudo que existe são átomos e vazio.
Muitos atribuem essa concepção do átomo a Leucipo, seu mestre, mas é certo que Demócrito foi responsável pelo detalhamento da teoria e por sua divulgação.
Para Demócrito, os átomos são infinitos, indivisíveis, eternos e, sendo embora todos iguais em qualidade, diferentes quanto à forma, ordem e posição. Toda e qualquer substância é feita de uma combinação de átomos.
A teoria de Leucipo e Demócrito, exceto pela palavra "átomo", tem pouco a ver com a moderna concepção atômica desenvolvida a partir de Dalton (1803), Thompson (1898), Rutherford (1911), Bohr (1913), Chedwick (1932) e Gell-Mann (1961), segundo a qual o átomo não é indivisível, mas formado por prótons, nêutrons e elétrons, que são partículas subatômicas.
Por sua vez, os prótons e os nêutrons também não são indivisíveis, mas formados por quarks, que se distribuem segundo seis "sabores": up, down, charm, strange, top e bottom.
Existem 92 átomos diferentes, correspondendo aos 92 elementos encontrados na natureza.
Empédocles de Agrigento
Empédocles de Agrigento (cerca de 490-435 a. C.) foi autor de uma alentada obra de cinco mil versos, poetando sobre idéias abundantes, entre as quais uma bizarra teoria da evolução. Animais experimentais, a assumirem todas as configurações, testando-se com rabo, chifres, asas e escamas, como quem experimenta camisas ou sapatos, até adquirir seu estágio atual.
Empédocles defendia a transmigração das almas e dizia-se capaz de ressuscitar os mortos, de influenciar os ventos e de provocar chuvas.
Querendo demonstrar sua divindade, Empédocles atirou-se na cratera do Etna e foi tragado por suas lavas.
Sua maior contribuição na discussão sobre o arché foi a concepção de que o mundo seria composto, não de um único elemento primordial, mas de quatro, terra, água, fogo e ar, conforme se resume nos seus versos:
“Tudo retornará aos seus elementos de origem:
Nossos corpos, à terra,
Nosso sangue, à água,
O calor, ao fogo,
E nossa respiração, ao ar.”
Nossos corpos, à terra,
Nosso sangue, à água,
O calor, ao fogo,
E nossa respiração, ao ar.”
O que une e desune os quatro elementos, afirma Empédocles, são dois princípios: atração e repulsão ( o “amor” e o “ódio”).
O predomínio de uma ou outra força explica o estágio de desenvolvimento do Universo.
Os quatro elementos e os dois princípios são eternos e imutáveis, mas as substâncias formadas por eles são cambiáveis e pouco duradouras. Disse ele em versos:
“...algumas vezes, do múltiplo configura-se um único ser;
em outras, ao contrário, divide-se o uno na multiplicidade...”
em outras, ao contrário, divide-se o uno na multiplicidade...”
Demócrito de AbderaDemócrito de Abdera (cerca de 460 - 360 a.C.), que, além de filósofo, conhecia matemática, astronomia, geometria, geografia, meteorologia, história, linguística e música, adotou como elemento primordial uma partícula invisível e indivisível, que propôs fosse chamada de átomo, que para ele existe em grande quantidade no espaço vazio infinito.
- Tudo que existe são átomos e vazio.
Muitos atribuem essa concepção do átomo a Leucipo, seu mestre, mas é certo que Demócrito foi responsável pelo detalhamento da teoria e por sua divulgação.
Para Demócrito, os átomos são infinitos, indivisíveis, eternos e, sendo embora todos iguais em qualidade, diferentes quanto à forma, ordem e posição. Toda e qualquer substância é feita de uma combinação de átomos.
A teoria de Leucipo e Demócrito, exceto pela palavra "átomo", tem pouco a ver com a moderna concepção atômica desenvolvida a partir de Dalton (1803), Thompson (1898), Rutherford (1911), Bohr (1913), Chedwick (1932) e Gell-Mann (1961), segundo a qual o átomo não é indivisível, mas formado por prótons, nêutrons e elétrons, que são partículas subatômicas.
Por sua vez, os prótons e os nêutrons também não são indivisíveis, mas formados por quarks, que se distribuem segundo seis "sabores": up, down, charm, strange, top e bottom.
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