sábado, 9 de outubro de 2010

BURACOS NEGROS

VELOCIDADE DE ESCAPE

O corpo não cai se sua velocidade for
maior que avelocidade de escape (ramo superior)


Se um corpo for lançado para o alto, com velocidade de lançamento não superior a 11,2 quilômetros por segundo, o progresso do seu movimento é obstruído pelo campo gravitacional da Terra e o corpo cai sobre a superfície da mesma. Se superior a 11,2 km/s, o corpo escapa à ação gravitacional da Terra e a esta não volta mais. Todos os objetos na Terra sujeitam-se à mesma velocidade de escape de 11,2 km/s, independentemente de sua massa, seja esta de um quilograma ou de mil toneladas.
A velocidade de escape varia com o planeta, ou melhor, com o corpo celeste considerado. A da Terra é de 11,2 km/s. Ela depende da massa e do campo gravitacional do corpo celeste e da distância do objeto a ser lançado ao seu centro de gravidade.

- A velocidade de escape da da Lua é de de 2,4 km/s, a de Júpiter, de 61 km/s, e a do Sol, de 620 km/s.


Nem a luz


Chama-se de "buraco negro" ao corpo celeste cuja velocidade de escape é igual à velocidade da luz; como nada pode superar a velocidade da luz, segue-se que nada escapa do buraco negro, nem mesmo a própria luz. Torna-se impossível ver um astro desse tipo, pois sua luz não nos alcança, o que explica o nome que lhe foi atribuído.

- Os buracos negros são consumidores de informações.

Os buracos negros podem ter vários tamanhos. Alguns, nos centros das galáxias, teriam se formado pelo colapso do núcleo galático e podem pesar bilhões de massas solares. São buracos negros supermaciços. Há também buracos negros estelares, que resultam da última etapa da evolução das estrelas, sempre que sua massa for suficientemente elevada (superior a duas massas solares), na sua evolução para gigantes vermelhas e supernovas. As estrelas de nêutrons resultam das supernovas e, ao fim e ao cabo, transformam-se em buracos negros.

Estrelas de nêutrons

Os buracos negros foram previstos pelo astrônomo inglês John Michell (1724-1793), em 1793, numa suposição baseada na lei da gravitação de Newton. Em 1795, Pierre-Simon de Laplace (1749-1827), em seu livro de divulgação "Exposição do Sistema do Mundo", manifestou a convicção de que a gravidade atua sobre a luz, da mesma forma que atua sobre os outros corpos. Eis o que escreveu Laplace:

" Uma estrela brilhante que tenha densidade igual à da Terra e um diâmetro equivalente a 250 vezes o diâmetro do Sol, por causa de sua gravidade, não permite que os raios de sua luz viajem para nos alcançar; é muito possível que os corpos celestes mais brilhantes do Universo nos sejam totalmente invisíveis."

Laplace

Laplace acertou na mosca, ele que era muito bom matemático. Pois a estrela brilhante do seu exemplo teria uma velocidade de escape igual a 27 mil vezes a velocidade de escape da Terra, isto é, v. e. = 27.000 x 11,2 = 302, 4 mil k/s (maior que a velocidade da luz).

Karl Schwarzschild

Foi, entretanto, o alemão Karl Schwarzschild (1873-1916) quem construiu a solução matemática do buraco negro, com base na relatividade de Einstein. Pelas suas equações, apresentadas em 1915, nada impede que o buraco negro continue a contrair-se até sua implosão em um ponto no centro do buraco negro. A esse ponto de infinita pressão, densidade e curvatura do espaço-tempo, chama-se de "singularidade".

Perplexidade


- Honorificabilitudinitatibus...

A mistura impossível de Relatividade e Física Quântica
Recua no tempo e converge para o Big Bang,

O qual tudo acomoda, constrangendo todas as teorias.

Trata-se, como dizem, de uma singularidade,
De muita gravidade e pouca conversa,

Onde o espaço, envergonhado, põe-se a ferver,
E as hipotenusas ficam abraçadinhas com seus catetos.
Avassalado pelo espetáculo soberano da Natureza,
Não vislumbro a Nebulosa de Andrômeda,
Odeio a precessão dos equinócios
E tudo que sei é a Segunda Lei de Newton.
Desentendo com muita competência o grande, o pequeno e o veloz,
Mas tenho pena e medo dos buracos negros,
Que tudo sabem, mas não dizem coisa alguma.
Já me alertaram, porém, que nada se perde,
Nada se cria, tudo se transforma.
Dizer o quê? Honorificabilitudinitatibus...
Confesso, afinal e muito tristemente,
Que sou culpado, muito culpado, de não ter nascido Deus.

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