Salvando a camada de ozônio
Circundando a Terra a uma altitude que varia entre 15 e 40 quilômetros, a camada de ozônio atua como um escudo que nos protege da luz ultravioleta do Sol. Se houver uma deterioração importante dessa camada, os raios ultravioletas destruirão o nosso sistema imunológico e, pois, a capacidade que temos de lutar contra as doenças. Provocarão, além disso, câncer de pele nas pessoas de pele clara, e somente nestas, pois as pessoas de pele escura têm um suprimento abundante de melanina, que as protege dos seus efeitos. Para aumentar o problema, essas radiações solares atacam e destroem o fitoplancto marinho, que é a base da cadeia alimentar que mantém a vida nos mares, e arruínam as plantas terrestres e as colheitas, para além de outros males, cujas consequências nem conhecemos em sua plenitude.
A razão do buraco na camada de ozônio
F. Sherwood Rowland e Mario Molina, professores da Universidade da Califórnia, provaram em seu laboratório, em 1974, que a camada de ozônio estava sendo seriamente danificada por causa do uso industrial do clorofluorcarboneto, o que, aliás, lhes rendeu o Prêmio Nobel de Química, de 1995. De fato, desde a década de 1970, os clorofluorcarbonetos, ou simplesmente CFCs, compostos artificiais inventados nos laboratórios dos Estados Unidos e da Alemanha, constituídos de carbonos ligados a átomos de cloro e de flúor, tornaram-se o principal fluido ativo dos refrigeradores e dos aparelhos de ar condicionado, em substituição à amônia e ao dióxido de enxofre, e preponderaram na indústria microeletrônica e na fabricação de espumas, produtos de limpeza, aerossóis e solventes químicos.
Quando esses produtos são consumidos e as geladeiras e condicionadores de ar são postos a funcionar, o clorofluorcarboneto liberta-se para a atmosfera, espalhando-se ao redor do planeta. Um gás praticamente inerte, que, entretanto, tem grande capacidade de destruir o ozônio, sem ser destruído. Cada átomo de cloro liberado na estratosfera pode remover 100 mil moléculas de ozônio, antes de regressar à superfície da Terra, na forma de cloreto de hidrogênio. O buraco na camada de ozônio diminui durante o inverno, mas aumenta na primavera, sobretudo na Antártica e, de maneira menos importante, no Pólo Norte.
Protocolo de Montreal, a solução
A própria indústria, a princípio relutante, teve de reconhecer a gravidade do seu produto, cujos efeitos maléficos podem perdurar por algumas dezenas de anos. Em 1978 o uso dos CFCs em aerossóis foi proibido nos Estados Unidos, Canadá, Noruega e Suécia, e algumas indústrias importantes começaram a desmobilizar suas fábricas de CFC, a partir da década de 1980. O primeiro acordo global foi alcançado pelo Protocolo de Montreal, de 1987, pelo qual 150 nações se comprometeram a reduzir o uso dos CFCs à metade, até o ano de 2000. Duas revisões desse acordo foram acertadas, em Londres e Copenhague, a última das quais em 1992, ficando estabelecido que todas as nações importantes do mundo se empenharão em reduzir a zero, até 2030, a produção de CFCs e de outros halocarbonetos, de propriedades semelhantes. Desde 1995 não se produz mais o CFC em escala industrial, limitando-se a uma produção marginal, para fins médicos.
A conseqüência é que já se observa uma redução sensível no buraco de ozônio sobre a Antártica, sendo esperada a total regeneração da camada até o ano de 2050.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
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