Acabo de ser aprovado no vestibular de Física, eu que voltei aos estudos há apenas seis meses. E, por ser mais velho que meus colegas, tenho medo de ter passado do ponto. Esse o motivo que me levou a pesquisar sobre a idade produtiva de Newton, Einstein, Maxwell, Bohr, Heisenberg, Gödel e Schrödinger.
Constatei o que não queria: a precocidade dos gênios. Os principais trabalhos de Isaac Newton foram concluídos antes dos 25 anos, uma boa parte no tempo em que ficou isolado em Woolsthorpe, ao abrigo da peste que assolou a Inglaterra em 1665 e obrigou ao fechamento da Universidade de Cambridge; Albert Einstein apresentou, em 1905, suas teorias sobre a natureza dual da luz, efeito fotoelétrico, movimento browniano e relatividade especial, quando tinha 26 anos; James Clerk Maxwell, cujas equações uniram a eletricidade ao magnetismo e à ótica, foi considerado gênio aos 24 anos; Werner Heisenberg estabeleceu o princípio da incerteza com 26 anos; Niels Bohr ganhou a medalha de ouro da Academia de Ciências da Dinamarca aos 22 anos, por seus trabalhos sobre a tensão superficial da água; Kurt Gödel abalou os alicerces da Matemática quando tinha apenas 25 anos.
Necessidade financeira
Muito simples, pensei, com a minha mania de induções e generalizações. Entre 20 e 30 anos situa-se a idade do casamento, e surge a necessidade de conseguir o sustento da família. Não resta ao gênio senão fazer o que sabe, que é pôr em prática a sua genialidade. Einstein, por exemplo, casou-se em 1903 com a sérvia Mileva Maric, pouco antes de impor-se ao mundo, e o conjunto de façanhas de 1905 foi necessário para conseguir o dinheiro do aluguel, sendo certo, entretanto, que o Prêmio Nobel de Einstein só viria em 1921, no valor de 32.250 dólares da época.
Bem, se o negócio for movido a necessidade, estou do lado bom, que é o lado de dentro...
Uma coisa ou outra
Examinei depois o caso de Erwin Schrödinger, descobridor de que o comportamento do elétron pode ser explicado por uma equação de onda, que o situa em diferentes posições no espaço. Ao mesmo tempo! Muito complicado e, não obstante, uma vitória da inteligência humana.
Pois bem, Schrödinger formulou essa teoria em 1926, quando tinha 39 anos, e esse fato pode ser um argumento a meu favor, que só serei físico aos 35 anos. O bravo Schrödinger elaborou seu trabalho quando passava uma temporada com uma amante misteriosa nos Alpes suíços, a qual ficou conhecida nos meios científicos como a Dama de Arosa.
Cabe, portanto, um adendo à minha indução. A consolidação do gênio ocorre entre 25 e 30 anos e resulta de uma necessidade financeira, que era essa a situação de Einstein e Gödel; uma forma alternativa de consolidação de genialidade também pode ter lugar, em qualquer idade, se o gênio estiver se afirmando perante a amada, como na situação de Shrödinger nos Alpes, o qual, aliás, nunca teve nenhum problema financeiro.
Continuo dentro. Falta só a Dama de Arosa...
Sou candidato ao Prêmio Nobel?
Um amigo me perguntou se tenho a pretensão de ser um Bohr, um Einstein ou, considerando a minha idade, um Schrödinger, pois estranhou essa pesquisa de idades e amantes.
- Acho que você está querendo ganhar um Prêmio Nobel!
Informei-lhe que meu desejo é ser um bom professor de Física. Quanto ao Prêmio Nobel, dou a mesma resposta de Dona Edith, a nonagenária da Antero de Quental, quando lhe perguntavam se achava possível receber uma proposta de casamento:
- Por que não? A gente nunca sabe...
Um comentário:
Amar não tem idade pois é o sentimento mais puro que existe na Terra.
Newton,Einstein,Maxwell,Boln,Heisenberg,Godel e Shödinger; todos sentiram o êxtase deste sentimento, que nos leva ao delírio e a dor, mas todos puderam experimentá-lo.
O Amor sincero é um sentimento recíproco de cumpricidade entre duas pessoas trazendo alegria, doação,é Física Quântica, é energia, onde um grande poeta diz tudo:
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar,desamar,amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,SOZINHO, em rotação universal, senão,
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão vazio,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água impícita, e o beijo tático, e a sede infinita.Drummond.
Oscar Niemeyer que o diga o que é Amar!
Maria das Graças.
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