- Eu quero amor feinho.
Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado é igual fé, não teologa mais.
Duro de forte o amor feinho é magro, doido por sexo e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa e saudade roxa e branca, da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é: eu sou homem e você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão, o que ele tem é esperança: eu quero amor feinho.
Adélia Prado (nascida em 1935), em "Bagagem"
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