Cervantes escreveu o “Dom Quixote”, Rembrandt pintou a “Ronda Noturna”, e Einstein, mesmo assoberbado na seção de patentes de Berna, explicou o movimento browniano, entendeu a natureza dual da luz, a um só tempo partícula e onda, e formulou a desconcertante Teoria da Relatividade.
- Foram gênios, pessoas dotadas de extraordinária aptidão e avassaladora força de vontade.
Quem não é gênio deve dedicar-se às palavras cruzadas. É o que faço. A atividade combina admiravelmente com a solidão e não carece de parceiros, nem de testemunhas. Quando depôs sobre os anos de chumbo, Ernesto Geisel atribuiu ao general Costa e Silva o apego excessivo às palavras cruzadas. Posso imaginar o general, entre um e outro ato institucional, fazendo a invocação mística dos hindus com a luz que emana da ponta dos dedos e colocando o demônio tibetano no inferno dos malês...
- Uma solidão categórica...
Categórica!
Um comentário:
Cultura quase inútil. O desenho de Rembrant retrata duas aves do paraíso, provávelmente Paradisaea apoda. Tinham este nome específico porque os primeiros exemplares que chegaram à Europa foram taxidermizados sem as patas, daí o nome específico de a+poda: sem patas.
Os europeus de então nominaram tais aves como do paraíso porque acreditavam que não necessitavam de pés para pousarem nas nuvens que haviam no paraíso imaginário.
Ornis
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