Minha cachorrinha
Confesso que tenho cara de sósia, do tipo trivial e genérico, tantas vezes me confundiram com outras pessoas.
- Você não é aquele jogador do Palmeiras?
- Parabéns pelo seu discurso de domingo!
Nada, porém, se compara ao que me aconteceu quando saíamos do motel. Uma desconhecida, irrompendo do nada, deu um empurrão em May e dirigiu-se a mim cheia de som e fúria.
- Pensa que a coisa vai ficar assim, seu cretino? Me deixando por essazinha aí?
Perplexo e desorientado, fiquei sem saber o que fazer, nem como reagir.
- Mas, quem é a senhora?
- Não sabe quem sou eu, essa é boa, muito boa! E, além de tudo, me chamando de senhora! Você sempre me chamou de minha cachorrinha, não se lembra não, seu cretino?
- Sou a sua cachorrinha!
Resumo da ópera: na confusão, May desapareceu para sempre. Nunca mais atendeu aos meus telefonemas, que não foram poucos.
Um comentário:
Não se preocupe. Dias melhores virão. Já mulheres melhores....
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