De onde ela vem? De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a
constringe,
Chega em seguida às cordas da laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...
Chega em seguida às cordas da laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica.
Augusto dos Anjos (1884 - 1914)
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