Em janeiro de 1933, Lemaître apresentou sua teoria do Big Bang a uma plateia de cientistas, nas dependências do Monte Wilson, em Pasadena, na Califórnia. Entre os assistentes estavam Einstein e Edwin Hubble, a saber, o cientista cujas equações previam a expansão do Universo e o astrônomono que comprovou essa expansão com observar o afastamento das galáxias.
Foi então que Einstein, antes defensor do Universo estático, reconheceu sua derrota definitivamente e fez uma homenagem a Lemaître:
- Sua teoria é explicação mais bela que jamais ouvi para a criação.
Um tributo de quem criou as equações da Relatividade a quem soube usá-las melhor que ele, na Cosmologia.
Resultado de um exercício de imaginação, a teoria do Big Bang de fato se compatibilizava perfeitamente com a contínua expansão do Universo, apesar de parecer mirabolante e de carecer de provas, o que, sem dúvida, tende a empurrar qualquer teoria científica para o terreno da ficção.
Havia, a favor, a teoria da nucleossíntese do Big Bang. Mas, opondo-se veementemente, uma prova negativa: a constante de Hubble, que exprime a velocidade de afastamento das galáxias, fora estabelecida em cerca de 171 quilômetros por segundo para cada milhão de anos-luz (558 quilômetros por segundo para cada megaparsec). Aplicando-a em direção ao passado, no processo imaginado por Lemaître, chegava-se, pelos cálculos, à conclusão de que, pela teoria do Big Bang, o Universo teria a idade de 1,8 bilhão de anos. Uma contradição com a assertiva dos geólogos de que a Terra tem 4,5 bilhões anos e, sobretudo, com os que defendiam um Universo eterno e imutável.
- Como pode a Terra, que é fiha, ser mais velha que a mãe?, gracejou Christopher Impey, da Universidade do Arizona.
Outro crítico da teoria do Big Bang foi Arthur Eddington, o mais importante astrônomo britânico do século XX:
- Como cientista, não acredito que o Universo tenha começado com uma explosão... isso me deixa desapontado.
Relatividade cinemática e luz cansada
Era natural, portanto, que a teoria do Big Bang fosse contestada e que teorias alternativas surgissem, tentando tomar o seu lugar. Foi o caso da teoria da "relatividade cinemática", do astrofísico britânico Arthur Milne, defendendo que as galáxias mais afastadas naturalmente tinham de ser as mais rápidas e só por isso estavam mais longe, um resultado natural, dispensando qualquer explosão. Outra explicação foi dada pelo físico búlgaro Fritz Zwicky, com sua teoria da "luz cansada", pela qual as galáxias não se moviam. Se havia desvios para o vermelho, é porque a luz ao percorrer grandes distâncias enfrentava a gravidade galática e perdia energia, o que obrigava a esses desvios para o vermelho.
Universo Estacionário
Das teorias que se opuseram ao Big Bang, a que conquistou maior número de seguidores foi a teoria do Universo Estacionário, criada pelo chamado "Trio de Cambridge", integrado pelos cientistas Fred Hoyle, Thomas Gold e Hermann Bondi. Os três costumavam se reunir na casa de Bondi para discutir o modelo do Big Bang, quando todos já admitiam que o modelo do Universo eterno e estático não poderia mais prevalecer, depois de constatado que as galáxias se afastam umas das outras com velocidades impressionantes.
Chegaram os três à conclusão de que a teoria do Big Bang não era aceitável porque implicava um Universo mais jovem do que as estrelas que nele existem, além do que não solucionava a importante questão de dizer o que existia antes dele. Foi então que Gold propôs e desenvolveu com os parceiros uma teoria substituta do Big Bang que combinava Universo eterno com Universo em expansão, esta se justificando pela criação, pelo Universo, de matéria adicional para preencher os espaços vazios que cresciam entre as galáxias em fuga.
- O Universo está sempre se expandindo, mas sua densidade permanece a mesma porque matéria nova vai sendo criada do nada, à razão de um átomo a cada século para cada volume igual ao do edifício Empire State. O Universo é imutável, mas evolutivo.
Para Hoyle, que se tornou o líder do "Trio de Cambridge", não havia essa hipótese de começo com Big Bang, pois, atemporal, o Universo nunca teve começo, nem terá fim.
Comentário
No livro "Big Bang" (Record, 2006), Simon Singh, referindo-se ao surgimento da Teoria do Universo Estacionário, fez o seguinte comentário:
"Agora havia uma escolha clara para os cosmólogos. Eles podiam optar por um Universo do Big Bang, com um momento de criação, uma história finita e um futuro que seria muito diferente do presente. Ou podiam escolher o Universo do Estado Estacionário, com uma criação contínua, uma história eterna e um futuro que seria, na maior parte, igual ao presente."
Essa opção, de fato, dividiu as opiniões na segunda metade do século XX. Qual seria o desfecho?
2 comentários:
Em 1913 Bohr,utilizando a Teoria Quantica,tentou resolver o maior problema do modelo Rutherford que segundo a Mecanica Clássica, se os elétrons girassem em torno do nucleo,deveriam perder a energia e acabariam caindo no núcleo.
Conforme Bohr, a eletrosfera estaria dividida em oito regiões denominadas orbitais.
Em seu orbital, o eletron não perderia nem ganharia energia, movimentando-se num Estado Estacionário.
Ao ganhar energia, porém, ele salta para uma camada mais energética voltando depois à sua posição normal original e devolvendo a quantidade de energia recebida.
À sombra dessas conclusões, a Teoria eletromagnética explica, através das oscilações ou ondas, diversos fenômenos físicos:
o calor é causado pela excitação de átomos e moléculas.
A luz é a oscilação originária dos saltos dos elétrons dentro dos átomos.
Os raios gama são ondas causadas
pela agitação do núcleo e daí por diante.
A ciência humana se perde em questionamento a explicar o que havia antes do marco zero: o Big Bang.
Os físicos não conseguem ter a idéia do que aconteceu no exato instante da criação do Universo, porque as equações que representam à criação falham nesses momento crítico; eles não conseguem ultrapassar determinados limites fixados.
As leis da física conseguem retroceder até 10-43 segundos após o Big Bang e explicam satisfatoriamente tudo o que se passa a partir daí.
Mas, esbarram então nessa limitação, chamada "Limite de Planck", em homenagem a físico alemão, o primeiro a assinalar que a ciência era incapaz de explicar o comportamento dos átomos em condições, onde a força da gravidade se torna extremamente elevada, tendendo ao infinito.
A grande maioria dos astrofísicos os levam a pensar na existência do Big Bang, construindo eles uma ciência de vangarda, novas teorias à medida que o grau de inteligência do ser humano cresce.
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